Essa poesia foi feita em homenagem aos meus pais, que desde sempre fizeram de tudo para que não faltasse nada para seus filhos, sobrinhos e netos.
Aqui mesmo nestas terras da Capital
Foi que um encontro inusitado aconteceu:
Moça bonita e recatada, sem igual,
Um moço sério e muito humilde conheceu.
Em uma prova de escola que ela fazia,
Dentro da sala que estava cheia de gente,
Um ajudante que o professor assistia
Despertou nela um sentimento diferente.
Depois de conversar um pouco com a donzela,
O rapaz, sério, foi pedi-la em casamento.
Queria construir a vida junto dela,
Seja na dor, na alegria ou sofrimento.
Em pouco tempo, após a simples cerimônia,
Sua família já crescia alegre e plena.
Dedicação, amor, carinho e parcimônia
Eram a lei naquela casa tão pequena.
Lá tinha sala, cozinha, um quarto e banho.
Casal e filhos já viviam apertados,
Mas coração de pai e mãe não tem tamanho,
Muitos sobrinhos lá também foram criados.
Chegou ao ponto de morarem, sob um teto,
Catorze filhos, entre os seus e os emprestados.
Além dos dois, que com ternura e muito afeto,
Nunca deixaram nenhum deles sem cuidados.
A vida não trazia sempre um mar de flores.
Todos os dias, havia uma nova luta.
Mas apesar das muitas tristezas e dores,
Todos chegaram com saúde à vida adulta.
Hoje se lembram, com sorrisos, do passado,
Das filas para tomar banho de bacia,
Das refeições sem carne, do “fubá suado”,
Entre outras coisas que lhes trazem nostalgia.
Depois de anos se doando por inteiro,
Papai se foi deixando a vida por lição.
Este rapaz vindo do interior mineiro
Fez maravilhas com seu grande coração.
Mamãe é santa, e eu não sou exagerado!
Sem preconceito, julgamento ou distinção,
Sempre que se apresenta algum necessitado,
Seus atos são de puro amor e doação.
Agora, tudo está gravado na memória.
Nossa família sempre teve muito amor.
Também sou grato por ser parte dessa história!
Muito obrigado, Elisete e Antenor!